Em um ambiente de crescimento econômico baixo, a comercialização de produtos porta a porta – a venda direta – segue em alta. No ano passado, o volume de negócios do setor foi de R$ 41,6 bilhões, um incremento de 7,2% sobre 2012, segundo balanço da Associação Brasileira das Empresas de Vendas Diretas (ABEVD).

A entidade comemora o crescimento acima da inflação e do Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, o incremento de um dígito em 2013 foi menor do que o de 2012, quando o setor registrou alta de 13,1% nas vendas. "O resultado poderia ter sido mais vigoroso", explica Roberta Kuruzu, diretora executiva da ABEVD, "mas o maior efeito foi macroeconômico, que não influenciou só o setor de vendas diretas mas também os demais setores da economia. Ainda assim, as perspectivas são muito boas, porque houve aumento de competitividade".

Segundo Roberta, o Brasil está na quarta posição em volume de vendas e de produtividade no ranking mundial da World Federation of Direct Selling Associations (WFDSA), a federação mundial do setor. O País está atrás apenas dos Estados Unidos, Japão e China.

O aumento da competitividade no setor de venda direta é decorrente da entrada de outras categorias de produtos que não os cosméticos e itens de cuidado pessoal. Mas a esta indústria ainda concentra 83% das vendas diretas no Brasil, segundo estatística de 2012 da WFDSA.
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No ano passado, o setor atingiu um total de 4,504 milhões de revendedores, profissionais autônomos que podem trabalhar para uma ou mais empresas no modelo de venda direta. Além disso, eles podem escolher se trabalham em período integral ou parcial. O crescimento no número de revendedores foi de 1,28% em 2013 sobre 2012.

"Não há limite para a venda direta. O profissional vai até o consumidor e pode vender uma gama de produtos. É um modelo interessante, no qual não há conflito de canal, se compararmos a lojas franqueadas que devem guardar uma determinada distância entre uma e outra", diz a executiva da ABEVD. Para ela, a internet e as redes sociais devem ser usadas como um apoio paras as vendas, e nunca substituir o contato pessoal. "A tecnologia otimiza o contato, mas o relacionamento pessoal, com a demonstração de produtos como batom e perfume, é insubstituível. Ainda não inventaram um jeito de transmitir isso pela internet", completa.
 
Fonte: Diário do Comércio, Abril/2014